quinta-feira, 26 de julho de 2012

Orquídeas Brasileiras Ameaçadas


Das principais causas que vêm colocando em risco o desaparecimento de algumas orquídeas podemos citar (1) a retirada demasiada destas plantas da natureza pelo homem e (2) a exigência deste grupo vegetal por ambientes mais conservados, com muitas espécies sendo sensíveis ao fogo e desmatamento, por exemplo.

O Ministério do Meio Ambiente publicou em 2008 a listagem atualizada de espécies de orquídeas ameaçadas de extinção em todo território brasileiro. Nota-se que mais de 50% são espécies exclusivas da Mata Atlântica. Isto nada mais é do que um reflexo da atual condição do bioma, que foi deixada com pouco mais de 7% da sua cobertura original (RBMA, 2004) devido às formas da ocupação humana nos últimos tempos.

Para o Mato Grosso do Sul não foram catalogadas espécies ameaçadas, nem em área sob os domínios da Mata Atlântica como em outros biomas. Mas isto não significa que determinados táxons não estejam à beira de serem extintos. Pouco ainda se conhece sobre as distribuições e densidades destas plantas, e por isso, condutas conservacionistas para orquídeas são necessárias – e urgentes!   

Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Família Orchidaceae. 
Fonte: Ministério do Meio Ambiente - MMA (2008)
EspécieUnidades da
Federação
Bioma
Campylocentrum pernambucense AL, PEMA
Catasetum uncatum PEMA
Cattleya dormaniana RJMA
Cattleya granulosa AL, BA, ES, PB, PE, RNMA
Cattleya labiata AL, CE, PB, PE, SECA / MA
Cattleya schilleriana CA, ESCA
Cattleya tenuis BACA
Cattleya velutina ES, MG, RJ, SPMA
Cattleya warnerii BA, ES, MGMA
Chaubardia heloisae ESMA
Cleistes carautae MGMA
Constantia cipoensis MGCE
Constantia microscopica MGCE
Galeandra curvifolia PAAM
Habenaria itacolumia MGCE
Masdevallia gomesii-ferreirae PEMA
Pabstia schunkiana ESMA
Phragmipedium lindleyanum AL, BA, PECA / MA
Phragmipedium vittatum DF, GO, MG, PR, RJ, SPCE / MA
Pleurothalis gomesii-ferreirae AL, PEMA CE
Pseudolaelia cipoensis MGCE
Pseudolaelia citrina ES, MGMA
Scuticaria itirapinensis SPCE
Sophronites brevipedunculata MGCE
Sophronites endsfelzii MGCE
Sophronites fidelensis RJMA
Sophronites jongheana MGCE / MA
Sophronites kautskyi ESMA
Sophronites lobata RJMA
Sophronites perrinii ES, MG, RJMA
Sophronites tenebrosa BA, ESMA
Sophronites virens ES, MG, RJMA
Sophronites xanthina BA, ESMA
Thelyschista ghillanyi BACA
Biomas: AM: Amazônia, CA: Caatinga, CE: Cerrado, MA: Mata Atlântica.


Referências:

RBMA – Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. 2004. [website: http://www.rbma.org.br].
MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2008. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Aves Ameaçadas de Extinção no Brasil, 666 p.




terça-feira, 24 de julho de 2012

Trichocentrum albo-coccineum

Trichocentrum albo-coccineum, registrada na região de Sonora
Foto: Willian de Souza Oliveira - Novembro/2011


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vejam, uma orquídea!



As orquídeas são plantas da família Orchidaceae, uma das mais representativas da flora mundial, se também como uma das famílias filogeneticamente mais recentes. O que mais chama a atenção destas plantas são as flores e os tipos de inflorescências, sejam elas apresentando-se como única e grande de forte coloração, ou por estarem em um pendão de inflorescência com dezenas de minúsculas florzinhas.

Muitas vezes somos induzidos a classificar as Orchidaceae apenas por serem plantas epífitas e possuírem pseudo-bulbos. Na verdade, estes aspectos são próprios de uma das cinco sub-famílias, a Epidendroideae. O parâmetro anatômico que é comum a todas as espécies é a posição do ovário da flor, sempre ínfero (aderente ao receptáculo floral).

Sobre os hábitos das orquídea, são variados. As plantas podem ser encontradas como ervas terrestres, epífitas (do latim ‘plantas sobre plantas’, comumente estando fixadas em árvores) ou rupícolas (em substratos pedregosos). Estas diferentes características conferem a estes organismos elevada capacidade de adaptação a diferentes ambientes. As folhas possuem diferentes formas entre os gêneros, mas com nervação frequentemente paralelinérvea.

As flores normalmente possuem três pétalas, três sépalas, a coluna e o labelo. Este, do latim “lábio”, é uma estrutura sempre notável da flor, sendo uma das pétalas  morfologicamente diferenciada das demais, e cuja principal função está ligada à atração de polinizadores. A coluna, por sua vez, é a principal parte do aparelho reprodutor, sendo a reunião de pistilos e estames da flor. Esta estrutura está localizada na porção inferior do labelo.

Os frutos das orquídeas apresentam-se como cápsulas tricarpelares, e a deiscência (abertura) da cápsula madura ocorre por meio de duas ou três valvas, liberando as minúsculas sementes. Além de serem muito pequenas, podem chegar a consistir de 70-90% de ar, permitindo serem levadas leves brisas por longo tempo, o que facilita sua dispersão a diferentes distâncias.


Morfologia externa da flor de uma orquídea.
Cattleya nobilor




Destaque para fruto capsular de Lockhartia lunifera.

Um blog sobre orquídeas...



O Estado de Mato Grosso do Sul ocupa uma área de aproximadamente 358.000 km2 naturalmente dominados por quatro biomas: Pantanal na sua porção oeste, Cerrado ao norte e leste, Mata Atlântica predominantemente no sul e sudeste, e uma pequena porção de Chaco no sudoeste (dados IBGE). 

 Isto permite uma grande variedade de ecossistemas naturais, por vezes com especificidades em algumas regiões. E levando-se em conta de que a família das Orchidaceae é uma das mais ricas em número de espécies,podendo chegar a cerca de 2.400 táxons, salientamos que a listagem das espécies apresentadas neste blog não é completa e talvez estejamos ainda longe disso. Mas ela é crescente.

Apesar de algumas espécies ainda não possuírem imagens disponibilizada nos links, elas são de ocorrência confirmadas, seja por meio de verificações pessoais, por envio dos colaboradores ou em registros em literatura técnico-científica disponível.

Poucos estudos e trabalhos técnicos são encontrados com a ocorrência de Orchidaceae no MS, em comparação a outras Classes e Famílias de plantas. Por isso, o objetivo aqui é reunir informações de ocorrência no MS e outros assuntos relacionados à orquidofilia, principalmente para espécies nativas, e disponibilizá-las na rede. 

Mas também temos muito interesse em receber registros de colaboradores diversos, sejam estes pesquisadores, orquidófilos profissionais, cultivadores amadores ou simples admiradores destas plantas.  Informaões de ocorrência e fotos podem ser enviados para orquídeas.ms@gmail.com. Respeitamos sempre os direitos autorais de imagens e dos dados enviados.


Bem-vindos!

sábado, 14 de julho de 2012

Campylocentrum grisebachii

Campylocentrum grisebachii, registrada na região de Caarapó.
Foto: Ricardo Anghinoni Bocchese - Julho/2012.

Capanemia micromera

Capanemia micromera, registrada na região de Caarapó.
Foto: Ricardo Anghinoni Bocchese - Julho/2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

As orquídeas no mundo

A família Orchidaceae foi sempre apontada como uma das mais representativas em diversidade de espécies. Alguns autores colocam que no Brasil chegam a ocorrer 2.400 táxons, sendo o terceiro país mais rico em diversidade do grupo, depois da Colômbia e do Equador. Isto representa cerca de 12% da flora mundial das orquídeas.  
Além disso, as Orchidaceae representam-se também como uma das famílias filogeneticamente mais recentes, encontrando-se ainda em ativo estado de evolução, mas que existe diferentes níveis de atividade evolutiva dentro da família. 
O mapa mostra a distribuição das orquídeas no mundo. (Fonte: Dressler, 1993).


Referências técnicas interessantes sobre o tópico:
Barros, F. 1990. Diversidade taxonômica e distribuição geográfica das Orchidaceae brasileriras. Acta boto  bras. 4(1): 1990.
Dressler, Robert L. 1993. Phylogeny and classification of the orchid family. Dioscorides Press, Portland, OR. 314 p.
Pabst, G. F. J.; Dungs, F. 1975. Orchidaceae Brasilienses. I. Hildesheim, Brucke-Verlag Kurt Schmersow.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Macradenia multiflora

Macradenia mulfiflora, registrada na região de Nova Alvorada do Sul.
Foto: Ricardo Anghinoni Bocchese - Setembro/2008

Oeceoclades maculata

Oeceoclades maculata, registrada na região de Rio Brilhante.
Foto: Ricardo Anghinoni Bocchese - Junho/2012